Mercado pode manter cautela em meio a indefinição sobre tarifas com proximidade do prazo de 1º de agosto. Dólar sobe após Donald Trump descartar demissão de Jerome Powell por obras de reforma no prédio do Fed. Futuros em Nova York operam de lado após recordes. IPCA-15 fica acima do esperado, antes do Copom na próxima semana. Déficit em conta corrente supera previsões. Petrobras pede inclusão em análise de possível venda da Braskem e Usiminas supera estimativas no segundo trimestre. Veja os destaques: 

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Incerteza com 1º de agosto

Os investidores tendem a manter cautela com aproximação do prazo final para a negociação das tarifas americanas, na próxima sexta-feira. A incerteza diante do risco de o Brasil não conseguir impedir que as exportações do país sejam taxadas em 50% pesou no Ibovespa, que caiu mais de 1% na sessão anterior, e gerou pressão nos contratos de juros futuros. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, disse que teve uma conversa proveitosa no sábado com o secretário americano Howard Lutnick para reiterar a posição do Brasil de negociação. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, enquanto o governo tenta interlocução com Washington, há brasileiros ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro que estão nos EUA atuando para que as conversas não comecem.

Dólar sobe com Trump

O dólar se fortalece contra maioria das demais moedas com a afirmação de Donald Trump de que os custos da reforma do Federal Reserve não são motivo suficiente para demitir Jerome Powell do comando da instituição. O presidente americano, no entanto, renovou seu apelo por juros menores a poucos dias da reunião do comitê de política monetária do Fed, na próxima quarta-feira. Já as bolsas europeias caem com balanços fracos e os futuros dos índices de Nova York estão de lado, no encerramento de uma semana de recordes para as ações com acordos comerciais entre os EUA e outros países. O rendimento dos treasuries sobe antes de indicador de bens duráveis, após dados fortes que reforçaram a perspectiva de que o Fed seguirá em espera. O petróleo avança pelo segundo dia, ainda como reflexo do alívio na guerra comercial, e o minério de ferro recua.

IPCA-15

Gabriel Galípolo Photographer: Ton Molina/Bloomberg

Enquanto as tarifas seguem como principal foco do mercado, os juros futuros sobem com o IPCA-15 de julho acima do esperado, o último indicador oficial de preços ao consumidor que será conhecido antes da decisão do Copom da próxima semana. O índice teve aceleração para 0,33%, acima da estimativa de 0,31% na comparação mensal, e marcou 5,30% na anual. O Banco Central divulgou nesta manhã o resultado das contas externas de junho. O déficit em conta corrente aumentou mais que o esperado para US$ 5,13 bilhões e o investimento estrangeiro direto foi de US$ 2,81 bilhões, menor que previsto.

Petrobras e Braskem 

A Petrobras solicitou ao Cade que seja incluída, como terceira interessada, na análise da possível venda da Braskem a Nelson Tanure. A estatal citou acordo de acionistas da petroquímica que lhe garante direitos de preferência e tag along no caso de alienação das ações da Braskem detidas pela Novonor. A estatal disse que ainda não há decisão sobre participação na Braskem. Tanure pretende entregar a gestão da empresa para a Petrobras e ficar com a função de reestruturação da dívida, disse O Estado de S. Paulo, sem revelar como obteve a informação. 

Usiminas, Azul

A Usiminas registrou receita líquida de R$ 6,63 bilhões no segundo trimestre, aumento de 4,4% ano a ano e acima da estimativa R$ 6,55 bilhões. O Ebitda ajustado teve um salto de 65% para R$ 408,4 milhões e as vendas de minério de ferro subiram 22% no período. A siderúrgica vê investimentos totais de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão em 2025. A Azul informou que o financiamento DIP foi um dos pontos aprovados por tribunal dos Estados Unidos, o que representa “avanço crucial” na reestruturação financeira da empresa, segundo comunicado. A decisão reforça plano da companhia de concluir Chapter 11 até o final do ano, disse Fabio Campos, vice-presidente institucional e corporativo da companhia. 

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