Dados de varejo e do resultado fiscal do governo estão no foco dos investidores locais, após dia de alívio na véspera. Nova pesquisa mostra queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. JBS pode ser afetada com fim de licenças para exportação de frigoríficos americanos para a China. No exterior, redução do risco de paralisação do governo dos EUA impulsiona as bolsas globais. Veja destaques:

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Varejo e fiscal

A poucos dias do Copom, o mercado acompanha às 9:00 o indicador de vendas no varejo de janeiro, após sinais de desaceleração da atividade apontados por outros dados recentes. A estimativa mediana dos economistas indica ligeiro aumento de 0,1% das vendas na comparação mensal, após queda leve de 0,1% em dezembro. Já o Banco Central divulga às 8:30 o resultado primário do setor público consolidado do primeiro mês do ano, com estimativa de superávit de R$ 104 bilhões, muito maior que o anterior, de R$ 15,7 bilhões, mas apenas ligeiramente acima do número de janeiro de 2024. No mercado de câmbio, o Banco Central ofertará 24.557 contratos de swaps, que devem encerrar a rolagem do vencimento de 1 de abril, iniciado em 17 de fevereiro.

Risco de shutdown

Os futuros das bolsas em Nova York sobem com a expectativa de que o congresso americano aprove um projeto que evite a paralisação do governo. Um projeto de financiamento público provisório está pronto para ser aprovado, o que melhora o sentimento dos investidores depois que o S&P 500 estendeu sua queda semanal na quinta-feira com receios de um shutdown, combinados às incertezas com as tarifas de Donald Trump. O índice dólar opera de lado e os rendimentos dos treasuries devolvem parte da queda da véspera. A agenda limitada desta sexta-feira traz o sentimento da Universidade de Michigan nos EUA, às 11:00. 

Expectativa com China

As bolsas na China também subiram com perspectivas de mais incentivo do governo do país ao consumo. O índice de ações chinesas de referência teve o melhor desempenho em dois meses nesta sexta-feira. Autoridades dos ministérios das finanças e do comércio, além do banco central e outros órgãos governamentais, planejam realizar uma coletiva de imprensa na segunda-feira sobre medidas para impulsionar o consumo. Entre as commodities, o minério de ferro avança em Singapura, enquanto o petróleo sobe com o endurecimento das sanções dos EUA contra o Irã e a Rússia. Os operadores ainda monitoram perspectivas de cessar-fogo na Ucrânia.

Popularidade

O governo do presidente Lula é considerado ruim ou péssimo por 41% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Ipsos-Ipec e reproduzida por diversos veículos de imprensa, entre eles a Folha de S.Paulo. Para 27% dos entrevistados, administração Lula é vista como boa ou ótima, enquanto 30% consideraram regular. A avaliação negativa cresceu 7 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, em dezembro de 2024, e superou a positiva pela primeira vez desde o início da série no atual mandato. Pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre 7 e 11 de março, com margem de erro de 2 pontos percentuais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião com presidentes dos grandes bancos. Representantes dos governos do Brasil e dos EUA se reúnem para discutir as tarifas de 25% impostas por Donald Trump às importações de aço e alumínio, segundo a CNN Brasil, sem dizer como obteve a informação.

JBS, balanços

Mais de US$ 3 bilhões em exportações de carne bovina, suína e de aves dos EUA para a China estão em risco com o vencimento das licenças de centenas de frigoríficos americanos na segunda-feira. JBS e Tyson Foods estão entre as empresas afetadas. A Eletrobras registrou lucro líquido ajustado de R$ 517 milhões no quarto trimestre, uma queda de 55% na comparação anual e abaixo da estimativa de R$ 1,86 bilhões. O Ebitda ajustado também frustrou as projeções de analistas. O Magazine Luiza teve Ebitda ajustado de R$ 846,2 milhões, levemente pior que o esperado, de R$ 863,3 milhões.

Veja os três assuntos que marcaram a semana no Brasil com o repórter Raphael Almeida, edição de Bárbara Nascimento e produção de Beatriz Amat. (Source: Bloomberg)

O que estamos lendo

Há uma expectativa entre integrantes do governo de que Gleisi Hoffmann seja menos crítica publicamente a medidas de austeridade fiscal no comando da Secretaria de Relações Institucionais. Ela já começou fazendo gestos de apoio ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, logo em seu discurso de posse.

Leia mais na coluna Brasília em Off desta semana. Por Martha Beck

Gleisi Hoffmann. Photographer: Patricia Monteiro/Bloomberg

O Brasil planeja lançar um ambicioso fundo de US$ 125 bilhões para proteger florestas tropicais quando sediar a cúpula do clima COP30 em novembro como parte de uma estratégia mais ampla para transformar conversas em ações, já que a retirada dos EUA da diplomacia climática ameaça desacelerar o progresso global.

As discussões estão avançadas e alguns países já expressaram interesse em se juntar à lista de contribuintes âncora, incluindo Alemanha, França, Emirados Árabes Unidos e Singapura, de acordo com Rafael Dubeux, secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda. O novo fundo deve estar pronto para receber contribuições quando a cúpula começar na cidade de Belém, disse Dubeux.

Um barco perto da comunidade de Saraca, Pará Photographer: Jonne Roriz/Bloomberg

Ouça mais no podcast Bloomberg Daybreak Brasil

Os futuros de índices em Nova York sobem depois que o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, voltou atrás em sua ameaça de bloquear um importante projeto de lei de gastos, reduzindo o risco de uma paralisação orçamentária em 15 de março. E, no Brasil, as vendas no varejo devem ter ligeira melhora em janeiro, enquanto piora a avaliação do presidente Lula, segundo pesquisa. Com Gabriela Mello.

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