Dólar sobe com planos de Donald Trump de impor tarifas ao México e Canadá. Ações chinesas registram ganhos com ausência de anúncio de taxas a produtos do país. Medidas de Trump pressionam petróleo e metais. Localmente, Tesouro oferta pós-fixados, Banco Central inicia rolagem de swaps de março e presidente Lula se reúne com ministros. Veja os destaques:

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Dólar sobe com tarifas de Trump

O dólar avança contra maioria das demais moedas e recupera parte da queda da véspera com fala do presidente dos EUA, Donald Trump, de que planeja impor tarifas de até 25% ao México e ao Canadá até 1º de fevereiro, reiterando sua afirmação de que os dois vizinhos imediatos dos EUA permitem que imigrantes ilegais e drogas invadam o país. O peso mexicano lidera perdas entre principais moedas e o dólar canadense também recua. O rendimento dos treasuries cai no retorno do feriado americano e antes de oferta de títulos pelo Tesouro americano. Os futuros das bolsas de Nova York operam em alta.

Presidente Donald Trump assina decretos no Salão Oval da Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025. Photographer: Jim Watson/AFP

Trump e China

Ações chinesas em Hong Kong subiram porque Donald Trump não anunciou nenhuma tarifa sobre a China, embora a incerteza tenha feito com que investidores se preparassem para mais volatilidade nos próximos dias. Em coletiva de imprensa improvisada no Salão Oval enquanto assinava ordens executivas na noite de segunda-feira, Trump indicou algumas vezes que planejava impor tarifas ao país por seu papel na exportação de precursores químicos de fentanil, além de sua irritação com a influência chinesa no Canal do Panamá e no caso de o governo chinês bloquear a venda do TikTok a uma empresa americana.

Petróleo em baixa

O petróleo e metais industriais caíram depois que o presidente Donald Trump reacendeu os temores de uma guerra comercial com seu plano de imposição de tarifas ao México e Canadá, enquanto o ouro subiu em meio à busca de ativos seguros. “As tarifas são o maior risco para as nossas perspectivas para os metais industriais”, disse Ewa Manthey, estrategista de commodities no ING Groep NV, já que poderiam interromper os fluxos comerciais e aumentar a volatilidade econômica. Os futuros do minério de ferro, mais ligados à demanda na China, subiram a US$ 105 a tonelada em Singapura.

Leilão de pós-fixados e rolagem de swaps

Em meio à retomada da alta do dólar no mercado global, o alívio da primeira sessão da semana será testado no mercado de juros também pelo Tesouro, que divulga por volta das 10:30 o volume da oferta de NTN-B e LFT. Na terça-feira passada, o Tesouro vendeu maior parte da oferta ampliada de pós-fixados e, no leilão de prefixados dois dias depois, a oferta robusta pressionou as taxas futuras. O Tesouro vendeu 919.450 dos 1,05 milhão de NTN-B ofertadas e o total do lote de 900.000 LFTs no leilão de uma semana atrás. No câmbio, o BC inicia rolagem de swaps para vencimento em março com oferta de 15.000 contratos. O BC vendeu ontem US$ 2 bilhões em leilões de linha. Em Brasília, o presidente Lula tem ao longo do dia reuniões com ministros incluindo o da Fazenda, Fernando Haddad, e o da Secom, Sidônio Palmeira.

AgroGalaxy

A AgroGalaxy Participacões registrou prejuízo de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre de 2024, cerca de 18 vezes superior ao prejuízo do mesmo período do ano anterior. Uma das principais distribuidoras de insumos agrícolas do Brasil, a companhia buscou proteção contra os credores no ano passado à medida que o setor enfrenta a queda dos preços internacionais dos cereais, taxas de juro elevadas e eventos climáticos adversos. A divulgação veio após a empresa adiar duas vezes a publicação de seus resultados em meio à reestruturação. A maior parte das perdas se deve a despesas extraordinárias relacionadas ao processo de recuperação judicial pedido em setembro, incluindo aquelas referentes à venda de sua carteira de clientes com dívidas atrasadas há mais de 120 dias, segundo o diretor financeiro Luiz Conrado Sundfeld

O que estamos lendo

As legiões de lobistas que há muito tempo percorrem os corredores do Congresso e das agências federais para garantir suas prioridades políticas têm um novo alvo: um departamento federal administrado pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk.

A iniciativa liderada por Musk, chamada Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), deve aconselhar o presidente eleito Donald Trump sobre cortes de gastos e reformas regulatórias. O departamento não pode ainda — e talvez nunca — ter responsabilidades formalizadas ou autoridade.  Até agora, seus integrantes têm se organizado em reuniões clandestinas a quarteirões da Casa Branca.

Mesmo assim, empresas e grupos industriais já começaram a olhar o DOGE acima dos comitês mais tradicionais do Congresso e agências federais, para promover suas agendas e proteger seus interesses.

Elon Musk e Vivek Ramaswamy no Capitólio, em 5 de dezembro de 2024. Photographer: Al Drago/Bloomberg

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O dólar subiu depois que Donald Trump anunciou planos de impor tarifas de 25% a Canadá e México até 1º de fevereiro. O presidente dos EUA citou preocupações com os fluxos migratórios e de drogas. Ações chinesas em Hong Kong se valorizaram já que Trump adiou uma confrontação imediata com a China. O bitcoin recuou de sua máxima histórica enquanto investidores esperavam diretrizes de Trump para a política de criptoativos, que não foram contempladas nas ordens executivas de seu primeiro dia de mandato.

O prejuízo do AgroGalaxy aumentou para R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre, quase 18 vezes a perda do ano anterior. O resultado foi causado em grande parte pelo processo de restruturação da empresa. Com Patricia Xavier.

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